Técnica,percepção e ambiente: práticas e modos de habitar em meio às ruínas
Vivemos a época da crise dos muitos ‘cenos’ e suas ameaças: entre os fluxos de mercadorias e capitais internacionais, o Capitaloceno avança com sua promessa de aceleração dos processos técnicos e precarização das relações de trabalho. Em meio à paisagem, o Plantationceno assoma-se em prenúncios de catástrofe climática e grandes extinções precipitadas por invasões biológicas e simplificações do ambiente. Diante deste contexto, quais são os modos e práticas que emergem, nos mais variados contextos, para possibilitar modos de viver nas ruínas? Como as técnicas e tecnologias humanas e outras-que-humanas nos permitem refletir sobre a produção técnica da vida social e das transformações ambientais? De quais “modos variados homens e mulheres [e outros seres] ao longo do tempo escolheram definir e perseguir suas existências” (Pfaffenberger, 1992, p. 502) em sua relação com o ambiente? Dando continuidade à tradição iniciada com este Ateliê de Pesquisa na última edição das Jornadas Antropológicas (2023), continuamos uma navegação “de través” (Helmreich, 2016, p. 90) convidando trabalhos que reflitam, explorem e experimentem com as variadas relações e sentidos emergentes na imbricação entre técnicas, práticas e paisagens; e entre humanos, outros-que-humanos e ambientes, observando como as formas de produzir mundos podem ser representadas (Kohn, 2013) por seus habitantes em meio à perturbação (Tsing, 2019).
Coordenação:
Ariel de Lima Vieira (DO-PPGAS/UFSC);
Guilherme Vasconcellos Leonel (DO-PPGAS/UFSC);
Gabriel Luz Siqueira de Aquino Vieira (ME-PPGAS/UFSC).


